Carlos Miranda morreu nesta segunda-feira (17/2), aos 91 anos. A notícia foi confirmada pela Polícia Militar do Estado de São Paulo, que destacou sua importância como primeiro herói da televisão brasileira. “Símbolo de uma geração, ele foi o primeiro super-herói brasileiro de uma série de TV, deixando uma marca indelével em todos que o acompanharam”, declarou a corporação nas redes sociais. A causa da morte não foi divulgada, e detalhes sobre velório e sepultamento serão anunciados posteriormente.
O ator se tornou famoso pelo papel-título em “O Vigilante Rodoviário”, exibido entre 1962 e 1963 na TV Tupi e reprisado pela Globo em 1972. A série acompanhava um policial rodoviário patrulhando estradas com seu cão, Lobo, a bordo de um Simca Chambord 1959 ou de uma Harley-Davidson 1952.
Mais do que uma simples produção policial, a trama apresentava um protagonista incorruptível, dedicado à justiça e sempre disposto a enfrentar desafios, consolidando-se como um verdadeiro ícone da televisão nacional.
O programa também se destacou por sua inovação técnica, sendo a primeira série de TV brasileira filmada em película 35 mm, um formato utilizado no cinema. O visual marcante do vigilante, com sua Harley-Davidson e o Simca Chambord, ajudou a reforçar a imagem do herói e conquistar tanto o público infantil quanto o adulto com que a série se tornasse uma referência para futuras produções do gênero no Brasil.
Embora seja reconhecido como o primeiro herói da TV, o patrulheiro não foi o primeiro super-herói brasileiro. Esse título pertence a “Capitão 7”, que estreou em 1954 na TV Record e trazia um personagem com poderes sobre-humanos, inspirado no Superman.
A diferença essencial entre os dois é que, enquanto Capitão 7 seguia o modelo clássico dos super-heróis dos quadrinhos, o Vigilante Rodoviário era um herói realista, mais próximo de figuras como o Zorro ou dos cowboys do cinema, mas com um background totalmente nacional. A abordagem baseada em operações da polícia rodoviária tinha base na realidade brasileira e ajudaram a reforçar sua imagem de defensor da lei no Brasil.
Fonte>: Pipoca Moderna